O sistema brasileiro de saúde apoia-se em três princípios: o princípio da universalidade, que reafirma o direito de todas as pessoas à saúde, e a obrigação do Estado de atendê-las; o princípio da equidade, o qual objetiva diminuir a desigualdade, garantindo tratamentos específicos para indivíduos com necessidades específicas; e o princípio da integralidade, referindo-se a necessidade de a saúde levar em conta a pessoa como um todo, para além do tratamento imediato de uma necessidade de saúde pontual.

A partir do princípio da integralidade, entende-se que o cuidado com a saúde deve incluir intersecções com outras políticas públicas, bem como considerar aspectos como o contexto socioeconômico dos pacientes, seus históricos de vida, e as repercussões que problemas de saúde podem ter neles a longo prazo.

Exemplificando a perspectiva da integralidade

Para ilustrar como este princípio afeta a forma de vermos a saúde, podemos pensar nos efeitos de acidentes de carro sobre a saúde. Sob a perspectiva da integralidade, deve-se levar em conta não só o atendimento emergencial após um acidente, como também em todo o processo de recuperação dos pacientes, e práticas e políticas públicas para evitar acidentes.

Assim, incluem-se nas preocupações da saúde, por exemplo, a recuperação de movimentos por fisioterapia, cirurgias plásticas para reconstrução facial, acompanhamento psicológico e informes sobre os perigos de dirigir embriagado ou com sono.

Relação com a saúde suplementar

Mas nem só o SUS e o Estado devem preocupar-se com a aplicação deste princípio. A saúde suplementar – isto é, os provedores de planos de saúde – também tem a ganhar pondo-o em prática.

A razão mais explícita para isso é que um atendimento que segue o princípio da integralidade oferece maior qualidade e valor para seus clientes, mas os motivos vão além disso.

Prevenir é melhor que remediar

Ao promover uma visão integral da saúde, é possível fomentar ações e práticas preventivas, que por sua vez reduzem a demanda por atenção secundária ou terciária – ou seja, por hospitais, ambulatórios, urgência e emergência, e terapias e procedimentos de alta complexidade.

O mesmo pode-se dizer do acompanhamento dos pacientes após a aparente conclusão de um atendimento, como no exemplo acima citando acompanhamento psicológico. Tais diminuições de demanda resultam em um menor custo operacional.

Além disso, uma gestão de saúde integrada, com acompanhamento multidisciplinar, permite avaliar melhor as necessidades dos pacientes, levando a melhores resultados e menos desperdício.

Integralidade na prática

Há diversas maneiras pelas quais as entidades da saúde suplementar podem promover o princípio da integralidade. É possível criar formas de informar seus clientes sobre hábitos de vida saudáveis; realizar eventos ligados a esses mesmos hábitos, como eventos esportivos ou exposições sobre profilaxia e higiene; manter prontuários que possam ser acessados por médicos de diferentes especialidades, possibilitando uma visão mais holística sobre o paciente.

A tecnologia também é uma forte aliada na promoção do princípio da integralidade na saúde suplementar, softwares de monitoramento de pacientes internados como o Carefy possibilitam o acompanhamento da evolução dos pacientes nos mais diversos aspectos.

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