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Há alguns anos o setor suplementar vem enfrentando um grande desafio, os reajustes dos planos de saúde, com planos mais elevados, diversas instituições ficaram no vermelho após período pandêmico. 

Já abordamos no blog Carefy algumas expectativas dos reajustes de 2023 para 2024, na época a margem ainda era continuar no vermelho, mas hoje o setor encontra um respiro frente aos períodos anteriores e com boas projeções para 2025. 

Confira abaixo as perspectivas para os reajustes do plano de saúde em 2025. 

Um caminho prósperoO reajuste anual dos planos de saúde está com boas projeções para 2025, uma redução significativa desde os aumentos que vêm ocorrendo.

As operadoras de planos de saúde registraram, no primeiro semestre de 2024, o melhor desempenho financeiro para o período desde 2019. 

Isso ocorreu graças à redução nas despesas assistenciais, o que aponta para a possibilidade de reajustes menores nos planos de saúde em 2025, após anos de aumentos significativos. 

Especialistas do setor preveem aumentos mais baixos, ainda que de dois dígitos, para os planos coletivos, e uma leve redução no teto de reajuste dos planos individuais, estabelecido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Redução na inflação médica e impacto nos reajustes

Os reajustes dos plano de saúde são calculados com base em indicadores do ano anterior. Em 2024, esses fatores estão mais controlados, incluindo a inflação médica, que tradicionalmente supera o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). 

A inflação médica considera custos com medicamentos, equipamentos hospitalares e novas tecnologias, além do aumento no uso dos serviços pelos beneficiários. No terceiro trimestre de 2024, a inflação médica ficou em 11,6%, abaixo dos 17,2% registrados no mesmo período de 2023, enquanto o IPCA foi de 4,24%.

Outro fator positivo foi a redução da taxa de sinistralidade, que mede a relação entre despesas assistenciais e receitas. Essa taxa caiu de 86,9% no primeiro semestre de 2023 para 78,4% no mesmo período de 2024. 

Marcelo Borges, diretor executivo da Mercer, destacou que o cenário reflete um retorno aos níveis pré-pandemia, com expectativa de reajustes em torno de 11% a 12% para os planos coletivos.

Melhora no desempenho financeiro das operadoras

Entre janeiro e junho de 2024, as operadoras de saúde privada somaram lucro líquido de R$5,1 bilhões, o melhor resultado desde o ano anterior à pandemia. 

Pela primeira vez desde 2021, o setor fechou o semestre com saldo positivo entre receitas e despesas assistenciais, alcançando um resultado operacional de R$2,4 bilhões. Esses resultados refletem os altos reajustes aplicados nos últimos anos, que buscaram corrigir a sinistralidade, agravada pela pandemia.

Rafael Barros, da XP, observou que, embora o mercado de saúde suplementar ainda deva registrar reajustes de dois dígitos em 2025, esses aumentos serão mais moderados, girando entre 10% e 12%. Ele acredita que operadoras com redes próprias podem aplicar reajustes ainda mais baixos.

Perspectivas para planos individuais

A melhora na sinistralidade e na inflação médica também deve influenciar positivamente os reajustes de contratos individuais e familiares, com a ANS definindo o teto. Em 2024, o limite foi de 6,91%, e Barros prevê uma queda tímida para 2025, possivelmente em torno de 0,5 ponto percentual. Essa redução, embora pequena, indica uma desaceleração na alta dos preços.

Cenário de expansão para o setor

José Cechin, do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (Iess), apontou que a mensalidade média dos planos, ajustada pela inflação, está próxima dos níveis de 2020, o que reduz a necessidade de reajustes expressivos. 

Além disso, a queda do IPCA deve favorecer um cenário de aumentos menores para planos coletivos, tornando os planos mais acessíveis e potencialmente atraindo novos usuários. Atualmente, o setor cobre 51,4 milhões de brasileiros, mas o crescimento nos últimos anos tem sido tímido.

Para Marcelo Borges, a recuperação econômica e a criação de novos produtos podem impulsionar o número de beneficiários. “Se tivermos uma aceleração grande no emprego formal, o número de usuários cresce. Além disso, há produtos que podem ser oferecidos pelo mercado para atrair mais pessoas”, disse.

Desafios ainda presentes

Por fim, apesar do cenário mais otimista, Gustavo Ribeiro, da Abramge, enfatizou que o setor ainda enfrenta desafios significativos, como judicializações, fraudes e a inclusão de novas tecnologias e medicamentos na cobertura obrigatória. Vera 

Valente, da FenaSaúde, acrescentou que, apesar da redução na inflação médica e na sinistralidade, os custos com saúde continuam pressionando a sustentabilidade das operadoras.

Portanto, embora o setor esteja em uma trajetória de recuperação, os reajustes de plano de saúde em 2025 dependerão de múltiplos fatores, incluindo controle de custos e estabilidade econômica. Ainda assim, a perspectiva de aumentos mais moderados traz alívio para beneficiários e operadoras.

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