A auditoria com seu olhar sistemático tem um importante papel para instituições que necessitam de um processo com qualidade, livre de retrabalho, perdas financeiras e assistenciais. No entanto, alguns erros na auditoria em saúde podem trazer resultados não tão eficazes.
1. Inabilidade nas relações interpessoais
A auditoria em saúde precisa ter fluidez no acesso a setores, processos, documentos e pessoas.
Dessa forma, uma postura participativa e educativa deve se fazer presente no perfil de um profissional auditor, seja ele enfermeiro, médico ou outra área da saúde.
A imagem de uma auditoria fechada, grosseira e que apenas impõe a sua vontade, cria entraves nas relações e por isso precisa cair por terra, pois o nosso papel é proporcionar melhorias dos processos para que possam ter maiores resultados extraídos.
O relacionamento interpessoal e a oratória precisa ser exercido uma vez que estamos o tempo todo em contatos com equipes assistenciais, administrativas e gerenciais.
O respeito ao olhar do outro não significa que somos incapazes ou não temos o conhecimento sobre determinado assunto, mas que estamos prontos para colaborar sem que exista melindre com relação a nossa competência técnica.
O consenso é uma excelente oportunidade para o crescimento e amadurecimento de um profissional mas é um processo.
2. Ausência de pleno conhecimento dos contratos vigentes
Esse é um erro que pode acontecer tanto na auditoria de contas médicas quanto na auditoria concorrente.
Os contratos entre empresas têm o objetivo de nortear as relações entre os envolvidos e principalmente, as práticas a serem realizadas e por isso cabe a auditoria ter ciência do que foi acordado.
As informações vão desde taxas, valores até os tipos de materiais que podem ser utilizados e quais tipos de procedimentos fazem parte da cobertura.
Parece simples, mas caso qualquer item deste não seja de domínio da auditoria, podem ocorrer glosas e perdas financeiras.
É necessário lembrar que nas relações contratuais, deve-se garantir também a qualidade assistencial para o paciente e isso pode ser observado por um profissional que conheça se o que foi estabelecido no contrato está sendo executado, uma vez que o acordado e registrado deve ser cumprido.
3. Expressão de opinião na auditoria
A auditoria apresenta argumentos embasados em protocolos, contratos, e pilares técnicos e por isso, não cabe espaço para opiniões pessoais ou de cunho abstrato.
É preciso deixar claro qual o alicerce do seu parecer diante de uma determinada situação.
“Eu acho” ou “ eu acredito” são palavras que não devem fazer parte do vocabulário de um profissional da auditoria, pois denotam insegurança e falta de conhecimento técnico.
Ao invés deste tipo de informação, deve-se apresentar, “segundo o contrato” ou “de acordo com o protocolo clínico”, que indica segurança no argumento.
4. Insegurança técnica nas justificativas.
As glosas e cobranças precisam ser embasadas e por isso uma justificativa técnica respaldada em protocolos, faz toda a diferença.
O profissional que conhece o cenário de saúde, tem segurança naquilo que faz e diz, evita muitas vezes uma situação desgastante e de retrabalho.
Conhecer até onde vai o papel da auditoria, campo de atuação e resultados esperados, ajudam o profissional a ter maior respaldo nas suas ações e consequentemente, fluidez no processo.
5. Ausência da manutenção dos estudos
A formação em auditoria vai muito além da aquisição da certificação em uma especialização, pois requer complementações frequentes para que seja possível entender e conhecer as mudanças que ocorrem rotineiramente no cenário da saúde.
Estar distante das atualizações acadêmicas fragiliza as colocações da auditoria, além de causar possíveis perdas financeiras e assistenciais por erros técnicos e administrativos.
Ser um profissional preparado e atualizado não somente agrega valor ao currículo, mas, muito além disso, o torna referência e traz peso a sua fala e posicionamento dentro do segmento saúde.
A preparação é um dos principais componentes para superar os desafios da auditoria.
Conclusão
A auditoria em saúde tem uma responsabilidade grande a cumprir, mas para isso precisa sempre estar atualizada, conhecer as demandas do mercado e também desenvolver características precisas para que possa agregar ao invés de segregar.
Não construímos resultados sozinhos e precisamos de um coletivo para chegarmos ao ponto de melhoria que desejamos.
Olhares diferentes somam e constroem.
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REFERÊNCIA
MORAIS, Marlus Valney de. Auditoria em Saúde. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2014
INSTITUTO PORTUGUÊS DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO. Manual de auditoria interna. Lisboa. IPAD: 2009. Disponível em: http://www.ipad.mne.gov.pt/images/stories/Avaliacao/manual_auditoria.pdf. Acesso em 05 de outubro de 2020.
SANTOS, Aldomar Guimarães. PAGLIATO, Wagner. Curso de Auditoria. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2007. 372 p.