A desospitalização é uma prática cada vez mais comum, principalmente com a popularização dos cuidados domiciliares. No entanto, ter um protocolo de desospitalização aderente ao processo da instituição pode ser algo desafiador.
Hoje existem diversas empresas especializadas no ramo, que fornecem a estrutura necessária para que o processo de desospitalização seja efetivo e organizado.
Essa prática traz diversos benefícios, tanto para os pacientes, quanto para os hospitais.
Hoje abordaremos mais sobre este tópico importante, bem como 3 protocolos de desospitalização para você utilizar. Boa leitura!
O que é a desospitalização?
A desospitalização é o processo da retirada do paciente do hospital, para ele continuar seu tratamento fora das dependências da instituição, sendo na maioria das vezes, indo para casa.
A desospitalização é mais que um processo, é uma estratégia que visa a excelência no tratamento e recuperação do paciente.
Isso acontece a partir do princípio de que, o paciente estando em um ambiente familiar, rodeado de pessoas próximas, sua recuperação será mais acelerada e com menos probabilidade de complicações.
Pense com a gente: o ambiente hospitalar é propenso para diversas ocorrências, tais como o desenvolvimento de úlcera por pressão, infecções hospitalares e demais eventos adversos que são comuns em um espaço hospitalar.
Ao enviar o paciente para sua residência, a probabilidade de ocorrência das situações acima são menores.
Entretanto, é importante destacar que existem parâmetros que precisam ser avaliados antes da desospitalização do paciente.
Com a desospitalização, os hospitais reduzem significativamente alguns dos custos relacionados aos pacientes.
Também aumentam o giro de leitos, reduzem o tempo médio de permanência e ampliam a quantidade de leitos disponíveis para acomodação de novas internações.
Todavia, como citamos, existem certos parâmetros que precisam ser avaliados a respeito do paciente para definir se ele necessita de tratamento na instituição ou pode ser desospitalizado.
É neste momento que os protocolos de desospitalização entram em ação.
Cada protocolo visa colher informações diferentes sobre a desospitalização.
Confira a seguir 3 protocolos de desospitalização para usar na sua operação!
3 protocolos para usar
Cada protocolo possui uma finalidade diferente, porém com a mesma intenção: avaliar a segurança do paciente fora das dependências da instituição.
Alguns protocolos são focados na fisiologia do paciente, ou seja, se ele está apto para prosseguir com os cuidados em casa.
Outros protocolos dizem respeito ao ambiente, avaliando se a residência possui a estrutura adequada para a acomodação do paciente.
Protocolo ABEMID
A tabela ABEMID é usada para medir a necessidade de internação de um paciente com base em sua complexidade.
Ela é dividida em uma pontuação por nível de complexidade somada com base nos critérios que a compõem.
- Inferior a 7 pontos: paciente não elegível a internação domiciliar;
- De 08 a 12 pontos: baixa complexidade;
- De 13 a 18 pontos: média complexidade;
- Acima de 19 pontos: alta complexidade.
Além disso, é através dela que os profissionais podem apontar a necessidade de internação domiciliar e estabelecer os recursos que serão usados durante a estadia do paciente.
Com base nos critérios, os profissionais podem analisar a necessidade de desospitalização do paciente, levando em consideração alguns critérios:
- Necessidade do uso de sonda;
- Uso de acesso venoso ou traqueostomia;
- Realização de quimioterapia ou radioterapia;
- Suporte ventilatório;
- Lesão vascular ou cutânea;
- Nível de autonomia do paciente em atividades pessoais básicas;
- Nível de capacidade de se locomover;
- Prescrição de terapias seriadas (fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional).
Protocolo de desospitalização: NEAD
Outro protocolo de desospitalização muito usado é o NEAD, que visa avaliar o planejamento de atenção domiciliar.
De maneira geral, ele objetiva padronizar as ações relacionadas ao cuidado domiciliar.
Isso permite garantir um desfecho satisfatório ao paciente, a partir de cuidados de saúde de qualidade, feitos na própria residência do paciente.
O NEAD visa fomentar a busca por qualidade constante no que tange assistência domiciliar.
Assim como a ABEMID, o NEAD também possui critérios de avaliação. São eles:
- Elegibilidade: referente a elegibilidade do paciente ao cuidado domiciliar;
- Critérios para indicação imediata de internação domiciliar: pontos técnicos a avaliam e indicam a necessidade de internação imediata;
- Critérios de apoio para indicação de P.A.D: estão relacionados ao grau de dependência, risco para complicações, morbidade e procedimentos técnicos.
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Protocolo de Avaliação para Planejamento e Desospitalização
Por último, mas não menos importante, temos o protocolo de Avaliação para Planejamento e Desospitalização.
Para que o paciente seja desospitalizado, é necessário uma análise criteriosa em relação à procedência dos cuidados que serão prestados.
A equipe multiprofissional, composta por médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas e outros profissionais de saúde, precisa estar alinhada quanto ao planejamento de cuidados pós-desospitalização, principalmente se o paciente for encaminhado para atendimento domiciliar.
Assim como os demais protocolos de desospitalização, este também possui critérios a serem respondidos para entender a viabilização do paciente a receber cuidados domiciliares.
São eles:
- Identificação: referente a identificação dos familiares responsáveis;
- Locomoção e Mobilidade: mobilidade do paciente, se necessita de cadeira de rodas ou outros suportes;
- Avaliação de complexidade: complexidade do paciente ao se mover para regime home care;
- Dispositivos: referente aos dispositivos que auxiliarão o paciente, como oxigenoterapia, traqueostomia, equipamentos para alimentação, entre outros;
- Lesão cutânea: se o paciente possui alguma lesão sob a pele;
- Controle Urinário: se o paciente possui controle urinário ou necessita de auxílio;
- Via de administração de medicamentos: avalia por onde os medicamentos serão consumidos pelo paciente, seja via oral ou intravenosa;
- Estratégia de desospitalização: referente ao plano terapêutico do paciente em home care.
O planejamento de cuidados é de extrema importância para as tomadas de decisões da equipe de home care.
Um ponto fundamental é orientar o paciente e sua família sobre os próximos passos após a desospitalização.
Por fim, os protocolos são importantes para que a migração do paciente para sua residência seja organizada e efetiva.
A desospitalização é uma forma de humanizar ainda mais os cuidados de saúde, proporcionando uma recuperação calma e assertiva.
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