Quando o assunto é VCHM, sinistralidade e outros assuntos sobre economia, todos nós ficamos de olho. Afinal de contas, estamos passando por um momento de sensibilidade em decorrência da pandemia da Covid-19.
Nesse sentido, existe um indicador chamado de Variação de Custos Médico-Hospitalares (VCMH) que está diretamente ligado a serviços de saúde.
Esse indicador, utilizado amplamente ao redor do mundo, traduz a inflação médica e hospitalar. Ou seja, quando ele cresce, os serviços como exames, consultas e emergências tendem a ser mais caros.
E, diferentemente da inflação comum — aquela que conhecemos quando vamos às compras no supermercado (IPCA) — é praticamente impossível fugir dela.
Afinal, são serviços básicos e, na grande maioria das vezes, necessários para o momento.
Mas então, como esse indicador de saúde funciona e o que ele tem a ver com a sinistralidade?
Aliás, melhor, existe alguma diferença entre eles? Faça a leitura deste artigo agora mesmo para entender mais sobre isso!
O que é VCMH?
Aqui no Brasil, esse indicador é liderado e tido como referência pelo Instituto de Estudos da Saúde Suplementar (IESS).
Conhecido como Variação dos Custos Médico-Hospitalares, ele é calculado per capita incorrido pelas operadoras de planos e seguros de saúde.
Seu cálculo é reconhecido mundialmente e, por esse motivo, também é aplicado em diversos países ao redor do mundo como Estados Unidos (S&P — Healthcare Economic Composite e Milliman Medical Index), por exemplo.
E como ele é calculado?
Basicamente, são quatro fatores utilizados.
Além disso, ele despreza todas as sazonalidades, entretanto, analisa e compara os valores das despesas médicas de um ano contra o outro.
Ele é obrigatório e deve estar listado em contratos de operadoras de serviços de plano de saúde.
Entre os itens considerados como cálculo do VCMH, estão:
- Custos das Operadoras;
- Período de Apuração;
- Amostra;
- Ponderação.
Segundo dados do IESS, esse indicador é, na grande maioria das vezes, superior ao da economia do país. No caso do Brasil, essa proporção é de 2,8 vezes a inflação nacional.
Em países como o Reino Unido, o mesmo cálculo chega a ser até 4,2 vezes mais.
Qual o seu impacto na saúde suplementar?
Podemos considerar que o VCMH é um importante indicador para verificar a frequência do uso do plano de saúde, tais como consultas, internações e exames.
Quanto maior for a procura, maior será o impacto para o índice no ano seguinte.
Consequentemente, na medida que esse indicador cresce, maior será a taxa.
Considerando o momento atual de saúde pública, em função da pandemia da Covid-19, os custos de serviço de saúde aumentaram ainda mais.
E é exatamente por esse motivo que para os próximos anos, o VCMH tende ser ainda maior.
O que acaba fazendo com que os serviços da saúde suplementar, ou seja, atendimento médico privado seja impactado agressivamente.
Para que o consumidor seja o menos afetado possível, é fundamental a reavaliação da metodologia de remuneração às instituições de saúde.
A sinistralidade, que veremos mais a frente, acaba se sobrepondo nas VCMH, o que torna ainda mais caro os serviços de plano de saúde.
O que é sinistralidade e qual é a sua importância?
Citamos rapidamente no tópico anterior como a sinistralidade é um importante ponto para levarmos em conta a variação de custos médico-hospitalares.
Mas você sabe, de fato, o que significa esse termo em relação aos serviços de plano de saúde?
Basicamente, se pode resumir que toda vez que o aciona-se um serviço, seja para marcação de exames ou consultas, seja como atendimento emergencial, ocorre um sinistro.
Dessa forma, sinistralidade é a relação entre o número de procedimentos acessados pelo beneficiário e o valor pago no plano de saúde.
Quanto maior for a quantidade de acionamento, executado o serviço ou não, ele afetará diretamente nas mensalidades do plano em sua renovação.
Quais variáveis impactam no VCHM?
Já parou para pensar o que aumenta esse índice tão importante no cenário de saúde brasileiro?
Descubra alguns dos fatores que impactam abaixo:
Envelhecimento populacional
Com o envelhecimento da população há um incremento na demanda pelos serviços de saúde, pois essa classe demanda cuidado especial para obter qualidade de vida e saúde.
Logo, há uma tendência no aumento do índice de inflação.
Segundo a OMS:
Em 2025, existirá um total de aproximadamente ,2 bilhões de pessoas com mais de 60 anos. Até 2050 haverá dois bilhões, sendo 80% nos países em desenvolvimento.
Gastos desnecessários
Procedimentos sem necessidade, exames extras, medicamentos administrados na dose incorreta, diárias no centro cirúrgico que poderiam ser evitadas…
A lista não acaba.
Se fôssemos citar todos os custos desnecessários da instituição de saúde, poderíamos ficar o artigo inteiro descrevendo.
Mas esse não é o intuito. A questão é, você imagina o impacto desses atos?
Quando os recursos financeiros da instituição são desperdiçados, o sistema de saúde arca com as consequências.
Pois quanto maior forem os gastos das instituições, maior a tendência de aumento da inflação médica.
Dada essa problemática, é importante o movimento dos profissionais de saúde a fim de combater a ineficiência do sistema.
Ao combatê-lo, mais pessoas terão acesso a um serviço de qualidade que permite o cuidado assertivo direcionado para a necessidade de cada paciente e ocorrerá a diminuição da inflação médica.
Gargalos e falhas nos processos
Muito além do custo, existem pontos de atenção nas instituições de saúde que afetam diretamente a inflação.
A forma com que o cuidado é prestado ao paciente pode interferir no VCHM, pois se ele não for prestado de forma assertiva, maiores são as chances de prolongar a média de permanência na instituição.
Isso aumenta o custo do serviço prestado, logo, aumenta a tendência de inflacionar o VCHM.
E ainda, a falta de estruturação de processos, aumenta as chances de comprometer a saúde do internado com a ocorrência de eventos adversos.
Logo, é importante a garantia de um cuidado de qualidade que preze pela saúde do internado.
Como visto no artigo, a sinistralidade e o VCHM são números fundamentais para entender de forma mais completa o cenário da saúde e ter uma gestão em saúde eficiente.
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