Por muitos anos no Brasil, um dos modelos remuneratórios mais usados na saúde suplementar, é o conhecido “fee for service”.
Esse modelo é utilizado ainda hoje, nos dias atuais.
Porém, outros modelos de remuneração, como o “fee for performance”, estão sendo amplamente discutidos e utilizados por muitos países.
É por isso que, no conteúdo de hoje, falaremos sobre o modelo fee for performance e como ele está sendo visto por diversas empresas do setor.
Vamos trazer diferentes visões do modelo e como ele impacta na saúde. Boa leitura!
O que é o modelo de fee for performance na saúde?
Afinal, o que é este modelo tão abordado?
O modelo parte da frase em inglês que diz, respectivamente, saúde baseada em valor.
Ou seja, a remuneração é feita com base na qualidade da assistência prestada, e não na quantidade de procedimentos e recursos utilizados nos pacientes.
Para haver comprovação de tal qualidade, se utiliza alguns indicadores de desempenho (KPI).
Por meio destes indicadores, é possível não somente atestar a qualidade, mas também monitorar o desempenho dos serviços avaliados.
Como falado acima, o modelo não se baseia na quantidade, o que se contrapõe ao famoso modelo “fee for service”.
Afinal, no modelo “fee for service”, que muitas operadoras de saúde ainda usam, a qualidade não é o foco.
Esse tipo de modelo, focado em serviço, pode desencadear uma série de consequências, que fazem com que a instituição perca ao invés de ganhar.
Tais problemas estão ligados principalmente à falta de promoção à saúde e a probabilidade de desperdícios.
Prós e contra do modelo fee for performance
Apesar de receber críticas, o modelo fee for service ainda é o mais utilizado no Brasil.
Entretanto, conforme dito, hoje temos o modelo fee for performance, que é uma proposta diferente ao modelo mais usado.
É possível identificar vantagens e desvantagens em relação ao modelo. Separamos os principais pontos deste modelo para você.
Confira abaixo:
Desafios do modelo fee for performance
Primeiro, separamos os desafios do modelo.
Confira abaixo:
- Compartilhamento de riscos: Como o pagamento é ligado ao desempenho e ao desfecho do paciente, as instituições de saúde que prestam serviço podem optar por ficarem em uma “zona de conforto”, em vez de assumirem riscos necessários para desempenho de alta qualidade.
O grande problema em não se compartilhar este risco é o colapso do sistema de saúde, que vem demonstrando um cenário alarmante nos últimos anos.
- Mudança no modelo de gestão: Antes de mudar o modelo de remuneração, tanto as fontes pagadoras como recebedoras precisam mudar o modelo de gestão.
Assim, essa mudança precisa estar alinhada ao planejamento estratégico das companhias dos próximos anos.
O que vemos hoje é que muitas companhias querem implantar o novo modelo, mas não colocam em pauta como estratégia competitiva no planejamento no raio de 5 anos.
- Necessidade de planejamento e aderência de todas as partes: Uma vez que há a mudança na gestão da companhia, elas precisam de um planejamento robusto sobre como será pautada a nova remuneração.
Isso envolve a revisão de contratos e a aderência das instituições prestadoras de serviço.
- Cultura dos profissionais: Para o modelo cumprir seu papel, além da aderência das instituições, há a necessidade de mudança de cultura dos profissionais envolvidos, sejam eles da gestão ou da assistência.
Isso inclui a conscientização sobre o que é o modelo, sua importância e quais os benefícios dele para toda a instituição e beneficiários.
- Foco no curto prazo: Como a remuneração é baseada no desempenho atual da assistência, isso pode incentivar um mecanismo de busca por resultados a curto prazo, ignorando resultados que podem ser cultivados a longo prazo.
Isso pode levar a resoluções mais rasas dos problemas.
Por isso é importante sempre investir em treinamentos que envolvam toda a equipe.
Vantagens do modelo fee for performance
Agora, é o momento de abordar as vantagens do fee for performance.
Confira abaixo:
- Foco no paciente e no desfecho do seu atendimento: O fee for performance incentiva os profissionais a alcançarem um desempenho de alta qualidade.
Afinal, o pagamento está ligado à performance, o que pode trazer ao profissional um maior senso de humanidade, o que promove a humanização hospitalar.
Além disso, o modelo permite que seja criado um espaço para que ideias e hipóteses terapêuticas, que visam a melhora no atendimento, sejam colocadas em prática.
- Alinhamento de objetivos: O modelo de remuneração auxilia no alinhamento de objetivos dos profissionais com os da instituição, traçando os melhores caminhos em direção aos mesmos resultados.
Este tópico está ligado principalmente à cultura da instituição, possibilitando que profissional e empresa trabalhem em conjunto de forma harmônica.
- Remuneração transparente: Como o pagamento é feito pela performance dos serviços, monitorados via KPIs, os profissionais podem ter uma ideia clara do quanto serão pagos e quais serão os critérios para o pagamento.
Isso promove uma maior transparência entre empresa e funcionário.
- Sustentabilidade econômico-financeira do sistema de saúde: Sabemos dos desafios que as instituições de saúde enfrentam em incentivar os profissionais no que tange a busca por resultados focados na sustentabilidade da instituição.
O fee for service, por ser baseado no desempenho, acaba despertando o senso de foco nos resultados dos profissionais.
- Instituições e profissionais focados no paciente: O modelo ajuda a incentivar que as instituições e profissionais sejam motivados pela resolução das demandas do paciente.
Afinal,parte da sua remuneração é atrelada ao sucesso do serviço prestado.
Isso pode gerar uma personalização da remuneração, ponto que falaremos a seguir.
- Personalização da remuneração: Apesar de parecer contraditório, o modelo pode ser personalizado para cada profissional ou instituição de acordo com sua performance.
Isso auxilia o engajamento com o trabalho e a busca por melhoria constante.
Por exemplo: hospitais com desfechos mais satisfatórios podem receber bônus ou prêmios pela sua performance.
Além disso, o modelo pode ajudar a reter os profissionais de alto desempenho, pois serão recompensados adequadamente ao seu trabalho e consequentemente serão mais valorizados, o que reflete nos cuidados aos pacientes.
Fee for performance x Fee for service: Quais as diferenças?
Como falado no início do conteúdo, o fee for performance é uma alternativa muito cogitada por operadoras de saúde, quando comparada ao modelo atual, o fee for performance.
Como a saúde baseada em valor tem a base formada na eficiência e nos resultados do tratamento dos pacientes, o modelo é uma grande alternativa na luta contra fraudes na saúde.
E é um aliado na entrega de valor aos pacientes, bem como na humanização dos beneficiários.
Outra diferença é o incentivo que o modelo dá às instituições.
Tal incentivo, é a busca pela melhoria de processos internos, visando otimizar o cuidado ao paciente, o que consequentemente reduz custos desnecessários e garante uma melhor gestão de qualidade em saúde.
Fee for performance: é um modelo viável?
Até aqui, discutimos sobre os prós e contras do modelo, bem como suas diferenças, em comparação ao fee for service.
Com isso, conseguimos entender bem o funcionamento do modelo e sua aplicabilidade.
Mas será que é um modelo viável?
A resposta para essa pergunta é feita com base na sua instituição e como ela se comporta frente a remuneração dos profissionais.
Assim, é preciso ter uma visão macro do sistema da instituição e de como anda as operações realizadas.
Abaixo, mostraremos instituições que migraram ao fee for performance, e aplicaram de forma parcial ou total o modelo.
É preciso considerar também questões políticas e econômicas dos países em questão, para que mesmo com a aplicação do modelo, a instituição não acabe sendo prejudicada.
No Brasil podemos citar algumas instituições, como:
- Hospital Israelita Albert Einstein: A instituição usa um modelo variável de remuneração, em que a parcela fixa é complementada por uma variável, que acaba dependendo do desempenho de indicadores de qualidade e segurança do paciente.
- Hospital Sírio-Libanês: O hospital adotou um modelo de pagamento por valor em sua clínica de oncologia, na qual os médicos são remunerados com base em indicadores também.
- Unimed Brasil: A operadora de saúde utiliza também um modelo de remuneração variável para seus médicos cooperados, e do mesmo modo parte da remuneração é baseada nos indicadores de desempenho dos profissionais nos cuidados ao paciente.
Já em contexto mundial, podemos citar instituições que usam o modelo integralmente em suas operações:
- Kaiser Permanente (Estados Unidos da América);
- Health Partners (Estados Unidos da América);
- National Health Service (Reino Unido);
- Toronto General e Western Hospital (Canadá);
- Canterbury District Health Board (Nova Zelândia);
Como a Carefy auxilia as operadoras de saúde na transição?
A ferramenta Carefy apoia o fluxo completo de internação do paciente, ou seja, auxilia as operadoras de saúde no monitoramento de toda a jornada do paciente.
Com a utilização de diversos indicadores, a ferramenta é uma grande aliada na gestão em saúde.
Sendo assim, é possível atender desde necessidades básicas, até detalhes importantes que impactam a operação.
A tecnologia auxilia na mudança do modelo remuneratório, apoiando a transição entre o já utilizado e o que será implementado.
Por fim, o Carefy possui mais de 60 indicadores em saúde, que vão desde indicadores de contas médicas, até qualidade em saúde.
Confira abaixo alguns dos indicadores Carefy:
- Altas por tipo;
- Média de permanência por CID;
- Pacientes por mês por CID;
- Comorbidades nas internações;
- Taxa de reinternação por credenciado;
- Custo total;
- Valor glosado por categoria;
- Procedimentos mais realizados;
- Eventos adversos por credenciado;
- Integração com DRG Brasil.
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